Adoçante Sucralose
A sucralose é um produto derivado do açúcar, porém com um poder adoçante aproximadamente 600x maior. Tem sido amplamente utilizada pela industria alimentícia devido a ausência de amargor quando comparada com outros adoçantes e pela estabilidade em altas temperaturas. Hoje estima-se que a sucralose responda por mais de 30% dos adoçantes consumidos mundialmente.
O problema é que raramente paramos pra pensar se esta substância pode ou não causar algum mal à nossa saúde.
Após uma breve pesquisa vimos que existem poucos estudos que analisam os riscos do uso da sucralose em humanos, porém já existem trabalhos interessantes envolvendo roedores e acreditamos que estes estudos já são suficientes para nos alertar.
Em 1990 os autores Young e Bowen escreveram um dos primeiros estudos e mais interessantes envolvendo o uso da Sucralose. Neste estudo, eles analisaram os efeitos da substância no metabolismo/crescimento de bactérias da cavidade oral em ratos.
Segundo o estudo a sucralose é uma substancia bacteriostática potente, ou seja, inibe o crescimento das bactérias quando em contato com elas. Dos 5 tipos de bactérias analisadas no estudo todas tiveram redução drástica no crescimento.
Mas, qual a relação isso tem com o meu corpo?
Há uma relação muito estreita entre o consumo de xenobióticos (adoçantes, conservantes, corantes, compostos de plásticos, etc.) e a alteração da flora bacteriana intestinal levando a um quadro de disbiose intestinal.
Como já falado em outra matéria sobre adoçantes, a disbiose é uma condição clínica que se caracteriza principalmente pelo aumento de microrganismos patogênicos com consequente redução das bactérias benéficas no intestino, podendo causar má absorção de vitaminas e gorduras, cansaço sistêmico (comumente relatado pelos pacientes) e inativando enzimas digestivas causando má digestão dos alimentos. Além disso, com a disbiose temos o aumento na permeabilidade das células da mucosa intestinal, ou seja, os alimentos não digeridos ou toxinas podem se translocar através desta barreira, promovendo a passagem destas substâncias através da mucosa para o sangue ou sistema linfático gerando uma resposta inflamatória sistêmica, piorando o quadro de obesidade ou dificultando o processo de emagrecimento.
Em um estudo de 2008, Donia constatou que o uso diário de sucralose em roedores promoveu a redução de mais de 50% na microflora intestinal, com redução maior das bacterias benéficas (lactobacilos e bifidobacterias) em relação às maléficas, e mesmo 3 meses após interrupção do uso de sucralose a microflora não se restabeleceu completamente.
Margolskee, em 2007, concluiu que a sucralose aumenta a absorção de glicose pelo intestino em ratos, através do aumento da expressão/funcionamento do seu transportador SGLT-1. Num outro estudo, este mesmo autor, assim como Jang, em 2007, viram que a sucralose induz a liberação de insulina via aumento do hormonio GLP-1. Este aumento de insulina juntamente com maior absorção de glicose (por aumento de expressão de SGLT-1) formam o perfil ideal para a obesidade ou mesmo para dificultar o processo de quem deseja emagrecer.
Segundo Rahn e Yaylayan (2010), submetendo-se a sucralose em altas temperaturas durante cozimento libera cloropropanol, um composto potencialmente toxico ao organismo e considerado pela Agencia Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) como possível carcinógeno humano.
Por fim, Sasaki em 2002 concluiu após seu estudo que a sucralose induziu à lesão no DNA de células intestinais em ratos. Apesar de estarmos longe de qualquer conclusão da relação desta substancia com o surgimento de câncer, principalmente em humanos, todo cuidado é pouco.
Esta é apenas uma breve revisão sobre o tema. Existem muitos outros estudos em desenvolvimento tão interessantes quanto estes, porém ainda sem conclusões finais. Ficaremos de olho!!