Doença Inflamatória Intes

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma condição de inflamação crônica que inclui a Colite Ulcerativa e Doença de Crohn. No Crohn, a inflamação pode afetar qualquer parte do sistema gastrintestinal, desde a boca até ânus. Já na colite ulcerativa a inflamação se limita à mucosa do colón.

Curiosamente a DII tem uma incidência muito maior no hemisfério ocidental quando comparada aos países do oriente e acredita-se fortemente que o estilo alimentar dos países ocidentais, com uma alimentação muito mais inflamatória, seja o ponto principal para a etiologia da doença. Acredita-se que a prevalência do alto consumo de açúcares refinados, gorduras ômega-6 poli-insaturadas e fast foods, combinada com baixa ingestão de fibras sejam os fatores mais importantes.

Estudos já concluíram que uma alimentação mais rica em nutrientes anti-inflamatórios, assim como fibras e nutrientes fotoquímicos, juntamente com a redução de itens pró-inflamatórios (que induz à inflamação) como frituras e alimentos processados ricos em gorduras trans reduzem consideravelmente a incidência de Colite Ulcerativa e Crohn.

Um estudo interessante com duração de 10 anos (com mais de 67mil voluntários) avaliou o efeito do consumo excessivo de proteína animal (proveniente de carne, não laticínios) na incidência da Doença Inflamatória Intestinal (Colite Ulcerativa e Crohn) e confirmou aumento dessa incidência.

Um outro estudo bastante curioso, com crianças, concluiu que há um risco reduzido para a incidência de Doença de Crohn em indivíduos que tem um consumo frequente de laticínios (leites, iogurtes e queijos de teores variados de gordura).

Um aumento relativo da incidência de DII é relacionado com a frequência de ingestão de Fast Foods, no qual um consumo de fast foods pelo menos 2 vezes por semana aumenta-se em 95% a probabilidade tanto de Crohn quanto de Colite Ulcerativa. Já um consumo médio de fast food de 1 vez por semana está associado ao risco aumentado de Colite em 43% e Crohn em 27%.

Um estudo de revisão de 2017 destacou pontos importantes relacionando a influência da alimentação no tratamento/prevenção e remissão da DII.

De modo geral, os principais cuidados que os pacientes com DII devem ter são:

1) aumento da ingestão de fibras proveniente de frutas e vegetais

2) Evitar óleos vegetais omega-6 (óleos de soja, milho, girassol, canola, margarinas, etc) e aumentar o consumo de ômega-3

3) Limitar/Evitar o consumo de carboidratos refinados e especialmente bebidas adoçadas

4) Limitar o consumo de carnes vermelhas e embutidos em geral

5) Evitar dietas Paleo

 

Abaixo algumas suplementações interessantes para o tratamento/remissão da Doença inflamatória intestinal

  1. Vitamina D – fortemente recomendado até que se atinja níveis séricos acima de 75nmol/L (25-OHD) (indicado tanto para Colite Ulcerativa quanto para Crohn)
  2. Psyllium – fortemente recomendado para Colite ulcerativa
  3. Curcumina - Alguns estudos confirmam que a suplementação de 2gr/dia de curcumina reduz significativamente a remissão da Colite Ulcerativa
  1. Probióticos – O fato da diversidade de gêneros, espécies e cepas de microorganismos dificulta formação de conclusões sobre o efeito e dosagens dos probióticos na Doença Inflamatória Intestinal. Alguns estudos mostraram resultados positivos quando avaliada a remissão da Colite Ulcerativa porém sem melhoria no quadro de Crohn.
  2. Farelo de Trigo – Pode ser uma boa estratégia para Crohn

 

Fonte: Natasha Haskey, Deanna Gibson. An Examination of Diet for the Maintenance of Remission in Inflammatory Bowel Disease. Nutrients 2017

 

 

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